terça-feira, 28 de julho de 2015
“O pensamento é o território mais protegido do mundo, e ao mesmo tempo o mais livre. só nós sabemos o que se passa por nossa mente. nele cabe um mundaréu de gente, todas as pessoas que somos, todas as que conhecemos, e mais aquelas que imaginamos, e delas somos seu deus e seu diabo. o pensamento não exige ortografia, pronúncia, sensatez. o pensamento não tem fronteiras, lógica, advogado de defesa ou carrasco. o pensamento é zona franca, terra de ninguém, um lugar onde sempre há vaga. o pensamento é o único lugar onde ainda estamos seguros, é onde nossa loucura é permitida e onde todos os nossos atos são inocentes.
sábado, 25 de julho de 2015
De longe te hei-de amar
- da tranquila distância
em que o amor é saudade
e o desejo, constância.
Do divino lugar
onde o bem da existência
é ser eternidade
e parecer ausência.
Quem precisa explicar
o momento e a fragrância
da Rosa, que persuade
sem nenhuma arrogância?
E, no fundo do mar,
a Estrela, sem violência,
cumpre a sua verdade,
alheia à transparência.
Cecília Meireles
quinta-feira, 23 de julho de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
As pessoas se esquecem que a liberdade, sobretudo, a liberdade de sentir, é a condição mais importante para que alguém permaneça - ou não - em suas vidas.
Liberdade não é o que faz alguém ir embora. O nome disso é escolha. Quando retiram sua capacidade de escolha, ir embora é quase uma necessidade.
Ainda que se prefira ficar..
quarta-feira, 1 de julho de 2015
BONECO INFLÁVEL
Fabrício Carpinejar
Fabrício Carpinejar
Se o homem lhe ama não mudará o rosto depois do sexo. Não mudará de atitude.
Não ficará com vontade de fugir da cama, não se sentirá incomodado pela intimidade e pressionado pela madrugada, não lembrará de nenhum compromisso da manhã seguinte, não sairá da cama à caça das roupas e do celular.
Se o homem lhe ama, ele é igual antes e depois do sexo. Exatamente igual. Não usará da educação para se distanciar. Não formulará nenhuma pergunta sobre o tempo. Não escolherá as palavras mais neutras. Poderá convidá-la para tomar um banho junto ou comer algo na cozinha (quer melhor cena do que o casal apaixonado rindo e cozinhando pelado?). Certo é que não arredará o pé dali sozinho, sob hipótese alguma.
Já quando procura somente sexo, são visíveis os sinais. É como um despertar de transe, de uma hipnose. Ele tem a língua cortada pelo fim do prazer. Não difere muito de um boneco inflável, inflado de poder e potência na véspera, esvaziado e culpado após o orgasmo.
As mulheres não dependem de nenhuma astúcia para resolver a charada. Basta comparar quem começou a transa e aquele que restou no quarto.
Como que o sujeito passional, pedindo tudo para ontem, com ânsia de tirar seu sutiã, soprando safadezas sem precedentes nos ouvidos, não suportando um minuto longe de suas pernas, desliga-se de qualquer aproximação e é capaz de dar agora um descarado e sem sal beijo na bochecha?
Se o homem lhe ama, demonstrará apego, oferecerá o peito para sua cabeça, segurará sua mão, alisará os cabelos, continuará beijando na boca, comentará algo engraçado para distrair a seriedade daquele momento.
Se o homem lhe ama permanecerá perto, respirando longamente a falta de ar.
Completamente dispensável o telefonema do dia seguinte para definir se é ou não é amor. Quando o homem lhe ama, torna-se óbvio, redundante, até piegas, deseja ainda agradar mesmo saciado.
Não ficará com vontade de fugir da cama, não se sentirá incomodado pela intimidade e pressionado pela madrugada, não lembrará de nenhum compromisso da manhã seguinte, não sairá da cama à caça das roupas e do celular.
Se o homem lhe ama, ele é igual antes e depois do sexo. Exatamente igual. Não usará da educação para se distanciar. Não formulará nenhuma pergunta sobre o tempo. Não escolherá as palavras mais neutras. Poderá convidá-la para tomar um banho junto ou comer algo na cozinha (quer melhor cena do que o casal apaixonado rindo e cozinhando pelado?). Certo é que não arredará o pé dali sozinho, sob hipótese alguma.
Já quando procura somente sexo, são visíveis os sinais. É como um despertar de transe, de uma hipnose. Ele tem a língua cortada pelo fim do prazer. Não difere muito de um boneco inflável, inflado de poder e potência na véspera, esvaziado e culpado após o orgasmo.
As mulheres não dependem de nenhuma astúcia para resolver a charada. Basta comparar quem começou a transa e aquele que restou no quarto.
Como que o sujeito passional, pedindo tudo para ontem, com ânsia de tirar seu sutiã, soprando safadezas sem precedentes nos ouvidos, não suportando um minuto longe de suas pernas, desliga-se de qualquer aproximação e é capaz de dar agora um descarado e sem sal beijo na bochecha?
Se o homem lhe ama, demonstrará apego, oferecerá o peito para sua cabeça, segurará sua mão, alisará os cabelos, continuará beijando na boca, comentará algo engraçado para distrair a seriedade daquele momento.
Se o homem lhe ama permanecerá perto, respirando longamente a falta de ar.
Completamente dispensável o telefonema do dia seguinte para definir se é ou não é amor. Quando o homem lhe ama, torna-se óbvio, redundante, até piegas, deseja ainda agradar mesmo saciado.
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