quinta-feira, 14 de outubro de 2010


É limpando gavetas e armários que nos libertamos da poeira e daquilo que não é mais uma NECESSIDADE em nossa vida.
Mas penso que quando falamos da alma...
Então, nada é tão simples como o ato de abrir as gavetas do armário e jogar fora o que não se quer mais. Porque o destino das coisas do coração não é o mesmo que o de um papel velho.
No coração, na alma, no espírito de uma pessoa, estão guardados sentimentos. E sentimentos, por mais que desejamos não conseguimos jogar fora. Às vezes tentamos esquecer. Mas nem isso é possível quando o amor é verdadeiro.
E mesmo os sentimentos de mágoas, ressentimentos, quando perdoamos, estão lá.
São cicatrizes que marcam o nosso jeito de viver o hoje e o amanhã. Pois é o passado, é o ontem, que nos faz ser quem somos hoje e isso não temos como negar. O nosso agir no dia de hoje tem refletido nele o que vivenciamos ou não, no ontem. E mesmo ao arrancarmos uma folha em branco hoje e jogá-la fora, nós estamos justamente nos deixando levar pelo que sentimos ou vivemos ontem. Talvez desejos de que aquilo não faça mais parte. Por isso, jogar fora o passado é uma ilusão. Fica-se sem a história, mas não o que se é por causa dela. Não jogue fora nem mesmo uma folha em branco porque hoje a folha ainda está em branco e ninguém joga papel em branco fora, só os que não acreditam na história que se escreve a cada minuto, e nem, no que se tornaram por causa dela. Só poderíamos jogar fora o que nunca tivemos isso sim é possível, porque nunca foi nosso, mas se o possuímos em nossos sonhos, foi. E será se podemos continuar sonhando...
Então não jogue fora uma história por achar que ela acabou mesmo que, no teu entender, ela tenha ficado pela metade.
Nem faça poeira das lembranças que dizem quem tu és...
Porque uma felicidade se eterniza no amanhã se tiver do ontem os sonhos, e, no hoje, uma história... pra continuar a sonhar...

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