sexta-feira, 18 de março de 2016



"Somos invisíveis aos olhos do mal. 'O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor dos meus cabelos e olhos. O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Faminto, o amor devorou minha infância, os dedos sujos de tinta, as botinas nunca engraxadas. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte'”
 João Cabral de Melo Neto.

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